NOSSOS TEXTOS
NÃO SOU EU
Adélia Einsfeldt
O
instante que apaga
a
vertigem do tempo
não
sou eu
quem
abandona
na
madrugada
a
lua desamparada
e
sonolenta revela
imagens
ocultas
não
sou eu
quem
encobre a face
na
penumbra
lágrimas
vertidas
no
silêncio que angustia
não
sou eu?
sou eu, sim
quem
busca encontrar
respostas
quando
a insônia do tempo
acorda
a lua.
1 - Marasmo
que vira crente
Antonio Filipe Sampaio Neiva Soares
Marasmo
tange o sangue arrefecido
um sono esfomeando sensações
marasmo sem pecado vira crente
Pobre nem come o ouro que mendiga
pobre rejeita o passo para frente
pobre não corta a mão de quem o mata
Tombem pétalas de rocha em meu sentir
que nosso rei agora voz do povo
enriquece a pobreza com lalaus
Os medos do passado arquivam mares
os sacolas de judas no poder
Dirceu era gatuno meio santo
e menos do que o rei ele roubou
Tombada nossa mão não tem catemba
pra azorragar os pilha-petrobrás
javé com dor se esconde na latrina
2 - Marasmo também deseja
Marasmo vegetando gera tronos
a vida que não quebra casca de ovo
ou um colo de mãe já estuprado
É como ser dentado por sereias
comer sobejos ricos de um mendigo
ou saborear perfumes de fracassos.
Altar que afasta a curva da montanha
ruínas saqueando o paraíso
ou sons pasmaceando aromas de ouro
Por isso o amor salitra os impossíveis
azula a rocha e grita pra ter mando
babuja sentimentos que não falam
e transa ditaduras proletárias
que geram bons malufes boas dilmas
e quando as verdes folhas rumorejam
quer ver o que faz o sangue lá por dentro.
3 - MaraSmo que nem FReud o explica
Marasmo não tem corpo mas tem alma
remoça nas papoulas que morreram
e quando fala apenas diz lutero
Depois de bem nutrido ao estilo cunha
que o senado lhe dita cor a cor
vai dormir leito de ouro frei macedo
Vagidos matinais de ferro e pedra
um sabor a ferrugem que nos pensa
e rezam dos possíveis impossíveis
E nunca mais se fale desse além
e nem das emoções crucificadas
Nos baste o bom dormir em chamas mortas
que cantam o heroísmo da polícia
que sempre chega a tempo de anotar
o assalto aos bancos mais potentes
e nem freud explica esta grenal
4 - Marasmo que vira São Pedro
Ninguém mesmo ninguém que haja encontrado
a tumba ou catacumba do marasmoira
nem tição que mortou jordano bruno
Pois nero mais bravato que macedo
nos postes ata anjo e arcanjos
os transa e depois manda pra o céu
Cavernas eu as sinto palpitar
raivando por mais crime e santidade
marasmo nem quer pernas pra fugir
Seios de aço maltratam sutiãos
nos abafados gritos da vitória
que manda ao anjo pobre comer esterco
- assim é por que nossos avô e bisavó
a face não partiram do rei pedro
que mandou ao soldado degolar
o heroísmo heróico farroupilha
MINHA PRINCESINHA
Beatriz Teresa Moser Schenini Rossi Machado
Maria de Lourdes nasceu em Ponta Grossa, Paraná, no dia 10 de agosto de 1995, muito desejada e amada pelos pais, familiares e amigos.
Sempre alegre e curiosa, é determinada ao enfrentar quaisquer dificuldades, logrando superá-las. Ao mesmo tempo é extremamente sensível e solidária, participativa, ocultando sua timidez com uma postura altiva e exercendo sempre posição de liderança.
Aos dois anos de idade gostava de dançar músicas infantis, quais Dona Aranha, O sapo não lava o pé, e dançava muito compenetrada.
Pequena ainda surpreendeu-nos cantando em italiano a música Violino Cigano, que seu avô Paulo costumava cantar ao dirigir.
Com quatro anos de idade, convidada a participar de um desfile na cidade de Bagé/RS, insistiu em fazê-lo e mostrou-se segura, foi muito aplaudida por sua desenvoltura na apresentação, sendo eleita Miss Simpatia.
Gostava de brincar com seu amado avô Décio, com quem também estudava quando frequentou o Colégio Militar em Porto Alegre.
Leitora assídua, gostava de brincar com seus bichinhos de pelúcia, bonecas Barbie, brinquedos diversos, bem como assistir desenhos na televisão. Sempre foi alucinada por interagir com outras crianças, talvez por ser filha única.
Por apreciar animais, teve peixe, pato, coelho, cachorro, calopsita, dizendo que queria tornar-se veterinária; ficou muito triste e chorou ao ver destruído um formigueiro, que ela adorava observar.
Desde os três anos de idade ela escolhia suas roupas, e até aos seis anos era muito esfuziante. Depois se tornou um pouco mais introspectiva. Foi quando começou a escrever, fazendo histórias em quadrinhos onde os personagens geralmente eram familiares ou pessoas das relações da família. As figuras apresentavam características que facilmente identificavam quem foi retratado, e os diálogos por ela criados continham reflexões, ponderações, conselhos e até pitos, mas ao mesmo tempo uma boa dose de bom humor, tiradas que provocavam risadas.
Carinhosa com os avós e primos, é protetora e desprendida, doando com facilidade suas roupas e brinquedos. Prefere dar o melhor presente, contentando-se em receber outro de menos preço. Sente-se feliz em presentear alguém com o que há de mais bonito.
Desde pequena passou a usar computador.
Muito caseira, fez sua primeira comunhão aos onze anos de idade.
Ficou radiante no baile em que debutou.
Adora viajar e fazer amizades.
Suas travessuras, pequenas, sempre foram logo perdoadas, especialmente após as emocionantes cartas que escrevia pedindo desculpas. Sempre faz suas escolhas e abre seus próprios caminhos.
Aprovada no vestibular para Direito, optou por cursar Jornalismo.
Atualmente, com 21 anos, tem uma alma de criança, mas extrema racionalidade aos desenvolver suas argumentações. Embora não demonstre, está sempre atualizada de tudo o que acontece no mundo, acompanhando debates políticos e sobre assuntos diversos.
Se vez ou outra transparece a impetuosidade das ondas do mar, sabe dominar-se, qual a Lua que disciplina as marés. E é sempre firme em seus atos.
O PARQUE
Sábado,
onze horas. Saio de uma visita ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre e
dirijo-me à feirinha da José Bonifácio. Compro alface, rúcula, um suco natural
de tangerina e salada para o almoço em casa, onde espero uma das minhas filhas.Atravesso
o Parque da Redenção, cortando o caminho para casa. Sinto-me uma privilegiada
por morar em frente a ele. A manhã de outono está ensolarada e agradável.
Enquanto caminho, lentamente as lembranças vão chegando e apoderando-se de mim.Lembro
do passeio de mãos dadas com o rapaz que depois viria a me acompanhar
empurrando carrinhos de bebês e andando de bicicletas, no verão, pelos caminhos
em meio a suas imensas árvores, aproveitando a sombra, e, no inverno, ao seu
entorno para aproveitar o sol.Nos
patos barcos, assim falavam as meninas; os passeios eram acompanhados de
histórias sobre peixes e pescarias, a maioria das vezes cheios de risinhos e
gritinhos de isto não é verdade, pai. Vejo-nos fazendo lanches, as duas
estendendo toalhas sobre o gramado e abrindo a cesta de guloseimas, somente
permitidas nos fins de semana.O
tempo passa e voltamos a ser dois a trilhar por ele em caminhadas de exercícios
e, aos domingos, curtindo o brique, onde paradas eram feitas para alguma
pequena compra ou um papo com amigos que por ali também andavam a apreciar o
belo parque, sempre na companhia do amigo chimarrão. Nele, também assistimos a
muitos shows e fiz aulas de ioga.Já
vão alguns anos que por ele passo sozinha, às vezes tão rápido que nem me dou
conta. Hoje, porém, as lembranças vêm acompanhadas de imensa saudade, saudade
não só do passado, mas principalmente do tempo que não mais passarei por suas
alamedas, saudade de seu futuro, que não presenciarei. É estranha a sensação a
me invadir, é melancólica a lembrança de que vivi mais de dois terços da minha
vida,
Atravesso a avenida e entro no prédio onde resido, prometendo neste outono desfrutar mais de seus caminhos, bancos e lagos.
CONOCERME AL CONOCERTE
Deborah Daniela Hernández Hernández
En un pestañear de ojos,los dientes en mordiday los labios casi juntosque rosados aclaman un beso,no cualquiera, uno especial,esos que a través de la bocalleguen a tus palabras,sequen tus lágrimasy den mucho amor,ese cariño que me hace falta,un abrazo que llegue al corazón,que pueda sostenermemientras adelgazo en segundosliberando kilos de dolor,tristezas, rabias y decepcionesque pasé antes de que llegaras,perfumame con ese aromade caricias sonorasy sorprendeme con cada detalle,nunca me dejes ir,tampoco te vayaspero sobretodo
TENHO UM TESOURO...
Domingos Sávio Gonçalves
Todo dia eu deposito: confiança
Respeito
Esperança
Amor
Amizade
Orgulho
E recebo os dividendos:
determinação
Dedicação
Companheirismo
Cumplicidade
Quando percebo: recebi em
dobro tudo que depositei,
Os dividendos e voando mais alto busca em seu
Coração seu príncipe encantado a sua espera
Em um país tão... Tão... Distante... A
ansiedade é
Grande. Na dúvida busca acertar os seus
sentimentos sublimes e profundos que aflorarão quando estiver
Junto de seu maior amor.
Viva a vida plenamente
Respeito
Esperança
Amor
Amizade
Orgulho
E recebo os dividendos: determinação
Dedicação
Companheirismo
Cumplicidade
Quando percebo: recebi em dobro tudo que depositei,
Os dividendos e voando mais alto busca em seu
Coração seu príncipe encantado a sua espera
Em um país tão... Tão... Distante... A ansiedade é
Grande. Na dúvida busca acertar os seus sentimentos sublimes e profundos que aflorarão quando estiver
Junto de seu maior amor.
Viva a vida plenamente